Para ver se não acontece como da outra vez e deixo acumular
tudo correndo o risco de me esquecer de metade, decidi voltar à táctica do
actualizar isto semanalmente…
A semana passada acabou com um jantar com o Sr. Presidente
da República de Moçambique no salão de conferências hotel Indy, o mesmo local
que serviu de comemoração no dia 10 de Junho relativo às comemorações do dia de
Portugal e também de recepção à chegada do tio Cavaco. Claro está, que desta
vez não se comia de pé, não tive de estar 1h30 à espera a olhar para a comida e
a sala não estava tão “negra” (um bocadinho de humor negro também não magoa).
Ao invés fui recebido logo antes de entrar na sala por 5
meninas muito “simpáticas” que me perguntaram cinco vezes se estava para o
jantar (eu também estranhei lá estar, mas bastava uma perguntar, não?) ao som
de banda de precursão moçambicana, de seguida acompanharam-me para o salão onde
desta vez existia um enorme número de mesas disponíveis (isto do comer de pé é
para os tugas, está visto) e inclusive deixaram-me escolher onde me queria
sentar e tudo! Estava a começar a pôr-me à vontade (já tinha tirado os sapatos
e posto os pés em cima da mesa) quando nos pedem para nos levantar pois ia dar
entrada na sala o gajo (o Guebuza, o Presidente, aquele que manda nisto).
Discursos do costume, entrega de prémios (curiosamente a
entrega do prémio para o trabalhador do ano foi para a mesma senhora que ganhou
as últimas edições e que segundo os pessoal cá da empresa é uma incompetente do
pior), vídeos a dizer que o FUNAE é que é bom e tal e coiso e seguiu-se a
paparoca com música ao vivo. Gostei, deu para comer, beber e o resto da noite
rolou pelo CFM (nunca lá tinha ido….) onde deu para tirar umas fotos com a
máquina da Virgínia que não interessam para nada, mesmo!
Sábado, esse rapazola que se dá pelo nome de Charles
Monteiro decidiu alugar 3 txopelas (como estou um bocado farto de ter de
explicar o que são txopelas, vou colocar aí uma imagem de uma) para a malta
andar aí a zaguear e a espalhar o caos pelas estradas de Maputo. Boa Charlitos!
;)
Deu para passear um bocado, fazer de guia turístico ao Luís
e à sua mais que tudo mostrando-lhes a zona da marginal e culminámos o trajecto
no mercado do peixe onde iríamos almoçar. O mercado do peixe é, como aliás o
próprio nome indica, um mercado. E o que é que vende? O
quê?..................................... Marisco!! Vá e peixe também…
Imagem de uma Txopela em frente ao CFM (às tantas hoje ainda lá passo)
A particularidade deste sítio é a de se poder escolher o que
se quer comer e levar para uns restaurantes que se encontram na parte de trás
das barracas de venda que nos arranjam o almoço/jantar com acompanhamento e
tudo. É preciso algum cuidado e saber negociar bem o preço do que se está a
comprar. É preciso também algum cuidado com as balanças das senhoras para não
acontecer como o outro que decidiu pesar um garrafão de água e achou estranho
quando a balança marcou 18 quilos!!!
Claro que como boa moçambicana que é a D. Felismina (dona do
estabelecimento) demorou cerca de 1h30 a preparar 2 quilos de camarão e meio
quilo de ameijoas. E nós, como bons portugueses que somos decidimos acabar-lhe
com o stock de cerveja. Ora toma que é para aprenderes!
Entretanto ainda deu para uma aula de dança com uns miúdos
que para lá andavam, deu para tirar a “foto do INOV” (epá, evitam é dificil fazer melhor...), para tentar estragar o
banquinho que o Venes comprou (tarefa ainda por realizar), comprar pulseiras e
chegar à conclusão que sou o rapaz mais bonito de Maputo. Ok, estou a exagerar…
Ninguém comprou pulseiras…
Pergunta: é ou não é a foto do INOV???
Depois nisso pegámos nas txopelas e fomos devolvê-las ao
dono. Já vos disse que estou em Moçambique? Terra onde tudo acontece? Pois bem,
se não ficais vossas excelências a saber… O simples trajecto mercado do peixe –
casa não podia ser feito sem nenhum sobressalto… Quando íamos no nosso caminho
a txopela decidiu pura e simplesmente travar sozinha… Andava 10 metros e
parava. Por vezes abusava e chegava aos 13 metros, mas voltava a bloquear.
Ainda pensei que era pelo facto do Venes ir na parte trás e lhe ter pegado a
alentejanice que a estava a cansar, mas não.
Tivemos de pegar em peso na nossa amiga, virá-la ao
contrário e solucionar o problema. Não fossem os meus 13 anos como motorista
profissional de txopelas e muito provavelmente ainda hoje estávamos em
Sommerchield II e tentar por aquilo a andar!
Realmente se há coisa que vim para cá fazer foi um curso
intensivo de mecânica automóvel. Já na nossa passagem pela África do Sul
tivemos uma série de problemas com o carro que alugámos ao Francis e
estranhamente eu é que tive de solucionar o problema… Ao que parece chamar
nomes ao motor e mexer numa série de cabos à toa, resulta!
Lá conseguimos por aquilo a andar, levá-la até casa do
Charles e fomos jantar, onde o Cardoso conseguiu a fantástica proeza de virar
14 vezes a mesma garrafa de vinho, sujar as calças da Romina e da Joana (namorada
do Luís) e onde se percebeu que shot’s de Sambuca em jejum não combinam nem
mesmo em altura de Ramadão.
A semana começou com feito histórico. Charles Monteiro (já
estás a ter demasiado protagonismo neste post, não?) ao fim de 2 meses e meio
em solo africano conseguiu vencer o seu primeiro jogo de futebol!! Claro que
para tal contou com a ajuda de uma equipa espectacular que para além de não o
deixar rematar à baliza ainda conseguia correr a tempo de apanhar os passes
disparatados que ele costuma fazer. A euforia por ter ganho foi tanta, que
houve direito a festa no Gil Vicente na Terça-feira com direito a uma banda de
suricatas em tanga acompanhados à viola por dois ornitorrincos! Agora a sério,
o Charles ganhou um jogo, mas esqueceu-se de pagar as jolas...
Terça-feira ficou marcada pelo regresso de mais pessoas que
estranhamente continuam em querer visitar o pessoal que cá está. Continuo sem
perceber como é que alguém consegue trocar Moçambique pelas belas praias da
Baixa da Banheira, mas pronto… Adiante, chegou o namorado da Sónia (pobre
rapariga que já não tinha unhas para roer) e também um casal amigo da Patrícia
Lima.
Na Quarta, o Charles ficou tão contente por ter ganho o seu
primeiro jogo que decidiu voltar a ser da minha equipa. Resultado final, nova
vitória e lá tive que segurar nele antes que este decidisse perder a cabeça e
gastar o salário todo em garrafas de Champagne…
Ontem (Quinta-feira) voltei à minha vida de V.I.P. (uma vez
mais, continuo sem perceber como é que insistem num energúmeno como eu para
participar neste tipo de eventos). Desta vez fui com o Jaime ao cocktail de
apresentação do programa “Belas Manhãs” da cadeia de televisão Miramar. Apesar
do cocktail ter sido à tarde, o programa passará de manhã e tem tudo para ser
uma imitação do programa das manhãs da TVI com a diferença de que em vez de ter
uma árvore de Natal histérica e uma senhora com a capacidade de berrar mais
alto que as peixeiras no mercado do Bolhão a apresentar, este terá a Anabela, senhora
já com mais de 30 anos de carreira com um aspecto bastante sóbrio e muito
simpática por sinal. Confesso que contava ir para o cocktail fazer tudo menos
dar entrevistas e falar de negócios de uma empresa que não é minha, mas
infelizmente a ocasião obrigou a tal. Pelo menos deu para conhecer mais um
casal de portugueses perdidos por Moçambique.
E pronto, cá está mais um post acabadinho de escrever. Agora
vou mandar um mergulho que está a voltar o tempo bom e estou com calor! Não,
não vou nada, vou acabar um relatório e vou continuar à espera do meu colega de
trabalho Moçambicano que para variar demora 3 horas a almoçar. Acho que este é
daqueles que ainda tem de caçar o almoço ou assim…
Estamos juntos!